O nome Tapajós tem origem de grupos indígenas que habitavam nessa região. Sua principal aldeia estava situada na foz do Rio Tapajós na atual cidade de Santarém. Esses nativos foram dizimados pelas expedições portuguesas em virtude das constantes lutas e doenças contagiosas que proliferaram nas tribos. Por eles foram deixados uma das mais expressivas heranças culturais através dos seus artefatos cerâmicos.
Em 1871, o botânico e diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro entre 1890 e 1909 João Barbosa Rodrigues (1842-1909), foi comissionado pelo Governo Imperial para explorar alguns rios do vale amazônico, a fim de completar a parte das palmeiras da grandiosa obra “Flora Brasiliensis”, de Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868). Foi assim que Barbosa Rodrigues explorou o Rio Tapajós. Os resultados dessa viagem estão no livro “Exploração e estudo do valle do Amazonas: RIO TAPAJÓS”, publicado em 1875 pela Tipografia Nacional, no qual o botânico registrou não apenas minuciosa descrição geográfica e hidrográfica deste rio, como também aspectos botânicos, zoológicos e de ocupação humana da localidade por meio de observações arqueológicas e etnográficas.
O meu interesse pelo livro de Barbosa Rodrigues se prende aos aspectos da relação entre as pessoas que habitavam nas cidades, vilas e aldeias da região com o meio ambiente. O autor, apesar de exercer atividades voltadas para a Natureza, parece adotar uma pauta muito semelhante a dos “progressistas” dos dias de hoje.