Durante os anos 60, frequentei por um longo período o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Meu pai frequentava os cursos ministrados por Fayga Ostrower, Ione Saldanha, Lazzarini e outros e eu estudava pintura com Ivan Serpa, um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. O bloco-escola estava efervescente como relevante espaço de aprendizado. O bloco de exposições seria inaugurado em 1967. O cheiro de terebintina flutuava no ar e até hoje o odor está na minha memória. Sinto um “barato” me remetendo aqueles tempos. Já no final dos 60 e início dos 70, anos duros da ditadura no Brasil, o MAM ia além do desenvolvimento das práticas educativas e expositivas, foi proposto os Domingos da Criação por Frederico Morais, na época curador do MAM, onde o público podia realizar trabalhos de vanguarda utilizando materiais disponíveis naquele dia.
O projeto do MAM-Rio foi desenvolvido pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy que considerava como conceito fundamental do projeto a criação de espaços propícios à produção e interação, que enriqueceriam a obra do artista e a percepção pública da cultura artística.
Esta série é composta de serigrafias e pintura à óleo, representando a proposta construtiva de Reidy onde a estrutura de ferros tem o importante papel de sustentar às áreas de visitação do bloco de exposições, proporcionando maior integração do público com a paisagem do mar e das montanhas.
Um livro de artista deu origem a esta série.